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   FRAGMENTO 01               
  
                       Um dia, ao assistir um jornal televisivo,  eu deparei com uma matéria sobre um professor,  de  uma escola  mantida   por um Município da Região Nordeste. Após mostrarem o mobiliário e o prédio  em péssimo estado de conservação, falaram sobre  a sua remuneração mensal de R$ 350,00, para uma jornada de 40 hs. que à época representava  a metade de um salário mínimo.  
              
          Fatos assim são comuns no interior do Brasil  e levam a gente a refletir sobre a desvalorização do profissional e o abandono da instituição chamada ESCOLA.

                                                                               O AUTOR.
                                                                                               
FRAGMENTO 02
 
Oração do Professor Por Gabriel Chalita
 
“Senhor, tu me conheces. Sabes onde nasci, sabes de onde venho. Sabes quem sou. Conheces minha profissão: Sou professor. Desde criança, tinha em mim um imenso desejo de ensinar. Queria partilhar vida, sonhos. Queria brincar de reger. Reger bonecos. Plantas. Reger as águas do mar que desde cedo aprendi a namorar. A todos ensinava, Senhor. Criava e recriava histórias para senti-las melhor, para reparti-las com quem quisesse ouvir. Eu era um professor. Fui crescendo e percebi o quanto o sonho era real.
Queria ensinar mesmo. Estudei. Conclui o curso universitário. Hoje sou, de fato, um professor. Com diploma, certificado e emprego estável. Hoje não são bonecos que me ouvem, são crianças. Dependem tanto de mim. Do meu jeito. Do meu toque. Do meu olhar.                
São crianças ávidas de aprender. E de ensinar. Cada uma tem um nome. Uma história. Cada uma tem um ou mais medos. Traumas. Têm sonhos. Todas elas crianças queridas, sonham. E eu. Eu, Senhor, sou um gerenciador de sonhos. Sou um professor.    
Respeito todas as profissões. Cada uma tem seu valor, sua formosura. Mas todas elas nascem da minha. Ninguém é médico, advogado, dentista, doutor, sem antes passar pelo carinho, pela atenção, pelo amor de um professor.
Obrigado Senhor.
Escolhi a profissão certa. Escolhi a linda missão de partilhar.
A partilho sonhos. Partilho medos.

Tenho meus problemas. Sofro, choro, desiludo-me. Nem sempre dá certo o que programei. Erro muito. Aprendo errando, também.
Mas de uma coisa estou certo: Sou inteiro. inteiro nas lagrimas e no sorriso. Inteiro no ensinar e no aprender. Sei que meus alunos precisam de mim. E eu preciso deles. E por isso somos tão especiais. E nesta nobre missão de educar, nossa humanidade se enriquece ainda mais.
Sou professor. Com muito orgulho. Com muita humildade. Com muito amor. Sou professor!

         
Amém!”





 
Carlos Orlando
Enviado por Carlos Orlando em 24/04/2007
Alterado em 01/11/2016


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