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Igarapé das mulheres

Silenciosas e lentas,
Aquelas velas desciam o rio,
Sob os olhos negros, mestiços,
Daquele que, do barranco,
Admirava as marés.

Eram canoas,
Que da insular pescaria
Vinham e aportavam
Naquela lamacenta praia.
Porto fluvial de esperança.

Um coração caboclo,
Pulsando entre toldos e quilhas,
Fazia das enchentes e vazantes
Um motivo para trazer de novo,
Aos olhos, a fartura da mata.

Entre paneiros de açaí,
O rústico braço embarcadiço
Também transportava a doçura,
De quem, na próxima preamar
Vivificaria aquela feira ribeirinha.
Carlos Orlando
Enviado por Carlos Orlando em 16/08/2006
Alterado em 21/10/2016


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